Padd Solutions

O Natal está chegando e com ele a dúvida de que presente dar para os amigos e parentes. É correria pra lá e pra cá, atrás do presente perfeito. Cabeça fervendo e lojas lotadas.

O que vem primeiro quando pensa em comprar presente para alguém é “Será que vai gostar?”. Na maioria das vezes, a decepção não é demonstrada no ato da entrega do presente, mas sim logo depois que a pessoa vira as costas.

No ano passado, eu estava ainda trabalhando no jornal local. Minha colega de trabalho resolver dar um presente simbolizando nossa amizade. Ela chegou a conversar com minha mãe, meus amigos, para saber meus gostos.

Era véspera de Natal e lá estávamos nós no último dia de trabalho do ano. Tudo estava normal até que ela entra com um presente nas mãos e com o sorriso estampado na cara. A única coisa que veio na minha cabeça foi: “Ah, meu Deus, o que será desta vez?”

Foi quando ela sentou-se na cadeira do outro lado da minha mesa e me entregou o presente. Agradeci e com um olhar curioso, comecei a abrir o embrulho. Fiquei imóvel por algum tempo quando vi um relógio e uma carteira.

Não sei se ela tinha perguntado para as pessoas certas. Mas ela tinha se enganado completamente. Detesto relógio de pulso e, nem uso carteira. Abraçei-a mais uma vez e agradeci. Ela perguntou centenas de vezes se eu tinha gostado e, em todas as vezes, afirmei. Ela retornou feliz para sua sala enquanto eu analisava os presentes sobre minha mesa.

Presente para homens é tão difícil de encontrar ou às vezes, simples demais. Gosto muito de agendas, livros, cadernos, canetas (tenho uma coleção enorme), taças e bebidas. Ela gastaria bem menos comprando uma agenda para o próximo ano do que pagando caro por um presente que eu não usaria.

Quando você for presentear algum homem, por favor, nunca dê cuecas e roupas. É raro o homem que gosta de ganhar esse tipo de coisa. Quanto a perfume, certifique-se de que o amigo a ser presenteado, não é alérgico e se gosta mesmo de amadeirado. Se for dar bonés, tenha certeza de que o amigo faça uma coleção ou seja careca. Cintos e carteiras, tire de sua lista. Gravata pode ser uma boa opção quando o amigo usa bastante. Sapatos? Nem sempre seu gosto combina.

Para mulheres as opções de presente aumentam em 90%. Só não dê – pelo amor do Santo Cristo –, vasilhas, enfeites, panelas, guardanapos e utensílios de cozinha. Isso deixa qualquer mulher desesperada em saber que até nos momentos de festividades tem que ir pra cozinha. Quer agradá-la? Use sua imaginação visitando lojas de perfumarias e cosméticos ou quem sabe, uma loja de sapatos e de bolsas. Antes, certifique-se do tamanho do pézinho dela, viu?

Se preferir, você pode apenas dar um simples abraço. Qualquer um fica feliz com isso exceto  os interesseiros.

O presidente eleito nos EUA, Barack Obama, fez muito bem em ter evitado a questão racial em sua campanha. Se derramou uma lágrima ao lembrar a morte de sua avó materna, americana e branca, como poderia tentar eleger-se como o primeiro negro na Casa Branca? Seria um contra-senso. Evitou tanto que a cor de sua pele parecia apenas um detalhe. E nisso, num país que há menos de cinco décadas, quando Obama nascia, negro não podia beber água no bebedouro de branco, não podia usar banheiro de branco e não podia nem pensar em casar-se com branca.

No Brasil, onde já não tem a maioria branca, estranha quando vê algum negro em posição de poder. Não é que rejeite, mas se surpreende.

Por enquanto, Obama demonstra solidariedade e humildade em suas expressões. Sabe que foi eleito pelo povo e, pelo povo trabalhará. Normal, assim como o branco.

O Brasil pode com certeza ter um presidente negro, mas antes, todos precisam ter chefes negros e não achar isso estranho para quando um negro for eleito, acostume o olhar, como o americano fez.

A vitoriosa campanha do presidente eleito já fez muito pelo futuro e pelo presente da humanidade. Ela provou que era possível superar a perversa combinação de intolerância religiosa, manipulação de mídia e de interesses privados, que parecia ter condenado a maior nação do planeta a viver numa espécie de Idade Média social e política. Obama conseguiu a proeza de despertar as melhores energias da sociedade americana. E ela respondeu com uma eleição espetacular, festejada em todos os países e de que esta geração deve se orgulhar.

 

Na história recente, poucos indivíduos concentraram tanto poder e tanta esperança. Obama não foi eleito só presidente dos Estados Unidos, foi eleito governador do mundo. Em todas as partes, em todas as línguas, foram depositadas nele as esperanças de um mundo melhor.